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| UMA HISTÓRIA PASCAL - A LENDA DO FOLAR | |
| Por Conceição Páscoa (Professora), em 2020/04/01 | 431 leram |  0 comentários |  162 gostam |
| Como estamos em quarentena, há mais tempo para ler e refletir e as tradições não podem ser esquecidas, mas antes reinventadas. Aqui fica, então, uma história para leres e (re)contares. | |
 Mariana era uma bela e jovem rapariga solteira que ansiava casar cedo. Deste modo, rezou a Santa Catarina para que lhe satisfizesse esse desejo: Minha beata Santa Catarina, vós que sois bela como o sol, formosa como a lua e linda como as estrelas, vós que entrastes na casa de Abraão e abrandastes 50 mil homens, peço-vos Senhora, que me façais casar cedo”. Ora, a sua oração parece que terá sido ouvida pela santa. De tal modo, que dois pretendentes, ambos jovens e belos, manifestaram a Mariana as suas intenções de a desposar: um fidalgo rico e um lavrador pobre. Mariana simpatizara com os dois pretendentes, mas estava indecisa sobre qual deles escolher, Por isso rezou de novo a Santa Catarina para a ajudar neste dilema. Porém, enquanto não se decidia e rezava, concentrada na sua prece, bateu-lhe à porta o lavrador Amaro, pedindo-lhe resposta ao seu pedido de casamento até ao Domingo de Ramos. No entanto, pouco tempo depois, apareceu-lhe também o fidalgo com o mesmo pedido. Mariana ficou confusa e não sabia o que fazer. Entretanto, um pouco antes do Domingo de Ramos, uma vizinha muito aflita apareceu a avisá-la que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que travavam entre si uma luta de morte. Mariana desatou então a correr até ao local para apaziguar o confronto. Foi então nessa altura, enquanto pedia ajuda a Santa Catarina, durante a caminhada, que repentinamente Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre e logo concluiu que este seria o seu escolhido. Todavia, na véspera do Domingo de Ramos, Mariana andava atormentada. Tinham-lhe dito que o fidalgo iria aparecer no dia do casamento e matar Amaro. De novo, porém, Catarina virou-se para a imagem de Santa Catarina, colocada na mesa- de-cabeceira, que lhe pareceu sorrir. E reparou ainda que, em cima da mesa da sala, estava um grande bolo com ovos cozidos, rodeado de flores! Estranhamente, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu então para casa de Amaro, acabando por encontrá-lo no caminho. Amaro contou-lhe então que também recebera um bolo semelhante e pensara que este teria sido alguma ideia pacificadora por parte do fidalgo. Como tal, algo intrigados, dirigiram-se à casa do fidalgo para lhe agradecer este presente de paz. Contudo, ficaram a saber que também este tinha recebido um bolo do mesmo tipo. Então, Mariana ficou convencida que tudo tinha sido obra de Santa Catarina … Por Álvaro Manuel Nunes | |
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