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DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL
Por António Loureiro (Professor), em 2017/03/31922 leram | 0 comentários | 157 gostam
2 de abril comemora o Dia Internacional do Livro Infantil, instituído pela International Board on Books for Young People (IBBY) desde 1967 (já lá vão 50 anos!).
De facto, tendo como objetivos fundamentais “inspirar o amor à leitura e chamar a atenção para os livros infantis”, o Dia Internacional do Livro Infantil pode ser efetivamente um bom dia para (re)começar a leitura e a melhor maneira de comemorar esta efeméride. As sugestões são mais que muitas: estórias do citado Hans Christian Andresen como “A Pequena Sereia” , “A Vendedora de Fósforos” , “O Soldadinho de Chumbo” e “o Patinho Feio”; ou ainda, histórias de outro(a) Andersen de apelido, a nossa Sophia de Mello Breyner Andresen, como “A Fada Oriana”, “A Floresta”, “O Rapaz de Bronze”, “A Menina do Mar” e/ou “Histórias da Terra e do Mar”, entre outros títulos da autora.

Realmente a literatura infanto-juvenil portuguesa está excelentemente servida. E até os nossos escritores mais consagrados não se esqueceram de escrever para os mais novos: Miguel Torga, Alves Redol, Vergílio Ferreira, Trindade Coelho, ou mesmo o nosso Raúl Brandão, são alguns desses exemplos. Nem sequer o nosso Nobel da Literatura, José Saramago, que oferece aos mais pequenos “A Maior Flor do Mundo”!
Efetivamente, de A a Z, temos belas histórias de António Torrado, António Mota ou Álvaro Magalhães e no feminino de Alice Vieira, Matilde Rosa Araújo, Maria Alberta Menéres ou Luísa Ducla Soares, entre muitos outros nomes. É só escolher! Escritores e obras, que podem também abarcar autores de expressão portuguesa como os brasileiros Jorge Amado (“O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”) ou José Mauro Vasconcelos (“Meu pé de laranja lima”) e/ou os africanos José Eduardo Agualusa e Mia Couto. Ou ainda o angolano Ondjaki, que tal como a portuguesa Ana Saldanha foram ambos selecionados para o concurso das Olimpíadas da Leitura, este ano, com as suas obras “A Bicicleta que tinha bigodes” e “Texas – uma aventura no faroeste”.
De igual modo recomendam-se os livros de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, designadamente da coleção “Uma aventura …” com dezenas de títulos publicados, bem como Maria Teresa Gonzalez, autora de “A Lua de Joana” e de vários títulos da coleção Clube das Chaves. E também algumas leituras de autores locais como Maria José Meireles, por exemplo, em especial “Voar em Guimarães” e “A Lenda do Rio Ave”.

Faltaria ainda falar das obras de poesia e dos gostos dos mais novos, ainda a sufrágio. De facto, estará para breve a divulgação dos resultados da iniciativa “Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes” , campanha promovida nas escolas pela revista Visão e Rede de Bibliotecas Escolares. E por conseguinte, quiçá nessa altura se conheçam outras preferências, para além destas indicadas, do “Diário de um Banana”, Harry Potter ou outras sagas.

Não faltam porém livros recomendados nas listas do Plano Nacional de Leitura e no âmbito da educação literária. Com efeito, desde os tempos mais remotos do século XVII, data da primeira coletânea organizada pelo francês Charles Perrault, com base em estórias recolhidas na tradição oral, ou com as histórias compiladas pelos irmãos Grimm, na Alemanha, cerca de um século depois, que a literatura infanto-juvenil não para de crescer.
De facto, desde as histórias e estórias como “A Bela Adormecida”, “O Capuchinho Vermelho” ou “A Gata Borralheira” e várias outras que (re)lemos e/ou (re)contamos na escola ou em casa, que a literatura infantil tem feito o seu caminho de consciencialização de várias gerações, mantendo o seu papel lúdico e pedagógico que nos tem ajudado a crescer.
 
Deixo-vos assim com a mensagem deste ano sobre a efeméride, redigida pelo escritor russo Sergey Makhotin, intitulada “Vamos Crescer com o livro!”, para devida reflexão:
“Na minha primeira infância, gostava de construir casas com pequenas peças e
toda a espécie de brinquedos. Usava muitas vezes um livro ilustrado a fazer de
telhado. Nos meus sonhos, entrava na casa, deitava-me na cama feita com uma
caixa de fósforos e olhava para cima, para as nuvens ou para as estrelas do céu.
A escolha dependia da ilustração que preferia na altura.
Por intuição, segui as regras de vida das crianças que procuram criar um
ambiente seguro e confortável à sua volta. E o livro infantil ajudou-me muito a
atingir este objetivo.
Depois cresci, aprendi a ler, e o livro, na minha imaginação, começou a
assemelhar-se mais a uma borboleta, ou mesmo a um pássaro, do que ao
telhado de uma casa. As páginas do livro pareciam asas que batiam. Era como
se o livro, deitado no peitoril, quisesse sair pela janela aberta em direção ao
desconhecido. Segurava-o com as mãos e começava a lê-lo, e o livro ia ficando
cada vez mais calmo. Então eu próprio voava para outras terras e novos mundos,
alargando o espaço da minha imaginação.
Que alegria ter na mão um novo livro! De início, nunca sabemos sobre o que é
que ele fala. Resistimos à tentação de saltar para a última página. E como o
livro cheira bem! É impossível distribuirmos o seu cheiro pelos vários elementos
que o compõem: tinta, cola… não, é impossível. Existe um cheiro particular no
livro, um cheiro único e excitante. As folhas encontram-se coladas, como se o
livro não tivesse ainda acordado. E ele só acorda quando começamos a lê
(…)
Quando há rapazes e raparigas que dizem “Não gosto de ler!”, isso faz-me rir.
Não acredito neles. Comem gelados, jogam jogos e veem filmes interessantes.
Dito de outro modo, gostam de se divertir! É que a leitura não serve apenas
para desenvolver sentimentos e personalidades, ela é, acima de tudo, um
prazer.
É sobretudo com essa missão que os autores de livros para a infância escrevem
os seus livros”.
Viajar como “O Principezinho” ou “O Cavaleiro da Dinamarca”, sobreviver como Robinson Crusoé são algumas aventuras e verbos que o livro pode conjugar.
De que está(s) à espera para ler (n)um livro?!
 

Texto escrito,por
Álvaro Nunes


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