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A VERDADEIRA HISTÓRIA DA BATALHA DE S. MAMEDE
Por Conceição Páscoa (Professora), em 2020/06/183542 leram | 0 comentários | 113 gostam
Rezam as crónicas do Condado Portucalense, confirmadas por várias fontes (como as fontes da Penha) e historiadores alternativos da velha Araduca, que a Batalha de S. Mamede não foi bem como a contam!
Circulam até várias versões e visões contraditórias sobre o 24 de junho de 1128, Dia um de Portugal, que nada têm a ver com a história da História.
Deste modo, julga-se que apenas o escritor Nuno Inácio Pignatelli segue de perto a verdade histórica. Realmente, na sua peça de teatro infanto-juvenil “A Verdadeira História da Batalha de S. Mamede”, conta que batalha se terá travado porque D. Afonso Henriques se travara de razões com a mãe e o com o padrasto (também Trava de nome), porquanto o infante se negara a comer a sopa, ao que dizem por birra, como era próprio do seu feitiozinho de príncipe de nariz empinado:
- Afonso, não sejas alonso, come a sopa! – teria insistido desesperadamente, Dona Teresa.
- Mãe, esta sopa não quero! Não como, não como, não como …
E a mãe cantava:

Afonsinho, voa, voa
Voa, voa, até Lisboa,
Que o caldinho quentinho
Faz-te forte, meu afonsinho!

No entanto, vários historiadores defendem e contra-atacam que as razões da batalha nada têm a ver com a sopa. Aliás, Afonso até adoraria sopas de cavalo cansado e caldo verde! Assim, de acordo com investigações recentes, as causas teriam sido exclusivamente económicas. De facto, o jovem estadista Afonso Henriques recusara-se a comer a sopa, apenas porque era de couve-galega, importada dos terrenos do conde galego Fernão Peres de Trava, o que prejudicaria a produção de couve portuguesa que seus súbditos cultivavam nas hortas na veiga de Creixomil, desde os antigos tempos dos alcaides de Bragança e Magalhães, tendo em vista a candidatura da cidade a Capital Verde Europeia.
Mas também por uma questão de língua argumentaria ainda o príncipe. Já partilhava com os galegos o galaico-português e isso bastava, por esses tempos! Além disso, como fora provado e comprovado por conceituados chefes de cozinha independentes e alunos das cantinas escolares vimaranenses (que comiam a sopa toda!), a nossa couve era realmente mais tenra, fresca, saborosa, saudável e verde, que sempre coube (ou será couve) entre as verdes mais verdes do CEU (Condado Europeu Unido ).
Sabe-se também que D. Afonso, como bom aluno, ouvia sempre muito atentamente os ensinamentos de seu aio e pedagogo Egas Moniz, que, além de mais, era também era o seu nutricionista. Consta mesmo que a história da corda ao pescoço de Egas Moniz, perante o rei de Castela, fora por este recomendar ao príncipe Afonso o caldo Verde Minho, com uma torinha (pedaço de chouriço ou salpicão), pois a couve (a portuguesa, claro está!) era mais rica em cálcio, magnésio e iodo, mas também ferro e fósforo, logo, uma excelente fonte de minerais e vitaminas, muito importantes para quem tem de empunhar o montante (espada grande e pesada que se manejava com ambas as mãos). De facto, além dos seus poderes antioxidantes, bastante relevantes para o combate à ferrugem das espadas e afins, a couve (a portuguesa, claro está!) era rica em fibras, importantes para aliviar a prisão de ventre que o príncipe sofria, mas que geralmente se atenuavam antes das batalhas.
Ademais, sabe-se que Afonso sempre fora um tradicionalista e nada havia com uma tigela ou malga de barro com caldo verde, também regada a verde, tinto ou branco, que bebia com seus súbditos com moderação, e claro está, acompanhado por pão dos fornos reais (na altura ainda não havia broa de milho ou de Avintes). Dizem, até as más línguas que Afonso era useiro e vezeiro no “tasco” dos Caquinhos, ali junto à Porta da Vila do Bairro Afonsino, assim chamado na época pelo facto do príncipe amiudamente por lá passar e pôr tudo em pratos limpos e por vezes, até molhar a sopa! E, quando havia caldo entornado, dizem os seus cronistas, punha tudo em cacos, ou seja, escaqueirava tudo, quando o caldinho estava insosso ou demasiado salgado.
Aliás, rezam das crónicas e anais afonsinos, que a ele se devem estas palavras futuristas:
“Escrevam, meus cronista: o caldo verde ainda vai ser uma das 7 maravilhas da gastronomia portuguesa, assim como este castelo será uma das sete maravilhas monumentais deste novo país que vou conquistar.
E a couve portuguesa, meus amigos, ainda há de chegar ao Brasil e acompanhar a feijoada brasileira!”
De facto em documento descoberto recentemente no Arquivo Municipal e numa cantiga de amigo, que remontará aos tempos remotos, lê-se:

Maravilha é este castelo
E será o caldo verde,
Por eles me bato em duelo
Por eles se ganha ou perde!
Será verde este Condado
Na sua bandeira e vinho
Concelho Verde declarado
Deste belo e verde Minho.
Ecovias para meus cavalos
Serão a primeira conquista
Porque eu e meus vassalos
Outras temos já em vista …
 
E, de facto, tudo cairia como a sopa no mel!

Porém, outra tese investe nas causas religiosas e sociais para esta disputa, centrando-se numa contenda com os abades de Braga, numa luta de classes entre nobreza e clero, com contornos religiosos. De facto, a despeito das estafetas de amizade levadas a cabo nos tempos modernos, entre o duque de Bragança e o califado de RR, D. Afonso nunca aceitou que os caminhos de S. Tiago passassem por Braga. A vila de Guimarães era a capital do reino e o berço da nação e o príncipe Afonso não era muito favorável a descentralizações e regionalizações, Além disso, por aqui haveria uma Praça de S. Tiago, com capela ao santo, o que provaria por aqui era o caminho …

Entretanto, soubemos que a Câmara Municipal, além da candidatura a património imaterial das Nicolinas e Capital Verde Europeia, pretende candidatar o Caldo Verde, a um galardão gastronómico e patrimonial. Para o efeito, uma Malga de Barro, confecionada nos fornos da Cruz de Pedra, em simultâneo com a Cantarinha dos Namorados, será moldada tradicionalmente.

Texto de Álvaro Nunes


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