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BAIRRO AFONSINO
Por António Lourenço (Professor), em 2017/12/18925 leram | 0 comentários | 86 gostam
No passado sábado, 15 de dezembro, teve lugar na Biblioteca Raul Brandão o lançamento da (nova) revista infanto-juvenil Bairro Afonsino, cuja missão pretende “ fortalecer a capacidade cognitiva crítica e a literacia dos jovens de Guimarães”.
Efetivamente, a revista Bairro Afonsino, segundo o seu estatuto editorial, visa envolver nos seus conteúdos “os valores, a história local, património, educação financeira, estratégias de negociação parentais, desporto ao ar livre, educação ambiental, teatro, música, filosofia, matemática, nutrição, desenho, fotografia e moda”, entre vários outros temas pontuais. Assim e para o efeito, pretende “promover ideias, concursos, desafios, alicerçados numa linha de conhecimento e diversão”, obviamente e sempre com base no respeito pelos “princípios consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança” e normas éticas e deontológicas do jornalismo.

Nesta primeira edição de dezembro/janeiro são de facto bastante interessantes os seus conteúdos, complementados com um excelente trabalho de design gráfico de Manuela Fernandes. De facto, entre os seus assuntos encontramos “Cenas fixes de matemática”, temas como a ecologia, que desta feita aborda a problemática do “Plástico: Legos e Chicletes”, sob a pena de Helena Salazar da Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), ou a rubrica “aku na uba”, sobre educação financeira, com a narrativa “Os 3 porquinhos investidores”, cuja estória assim começa:

“Certo dia, fartos de trabalharem no chiqueiro do senhor Urtigas, três porquinhos juntaram todas as suas poupanças e decidiram investir na construção de casas” (…)

 Mas também, uma entrevista à fantabulástica MathGurl, a “youtuber mais fofinha, querida e matimatiquoide de todo o Universo” e/ou ainda temáticas como o “bullying”, pela psicóloga clínica e psicoterapeuta Fátima Saraiva, bem como muitos outros textos mais gulosos como as receitas do bairro, ou o “fit mental”, uma página de descoberta e conquista afonsina, de pretenso apoio ao desporto (?), que obriga o leitor a fazer o pino para ser lida!
Como é óbvio, não faltam também as “gargahotas e ETC”, momentos de humor e anedotas e o “flash criativo”, desta feita centrado nos “nossos humanos de estimação”.
 
Pretende-se igualmente propiciar a interação com o leitor, quer através do facebook.com/bairro.afonsino, quer do endereço eletrónico bairroafonsino@outlook.pt, para os quais é possível enviar questões, anedotas, e “flashes criativos” e outras contribuições e colaborações. Porém, a revista oferece ainda oportunidade para “ManualMente” se proceder à execução de trabalhos lúdicos, facultar atividades de desenho (“de lápis na mão”) bem como descobrir “O que é que está mal aqui?”, com base nos erros cometidos nos tradicionais lenços de namorados (ou será namurados?). Outrossim, dar asas à criação, com a atividade “atira-te à banda”, que consta da recriação em banda desenhada de um texto de “Balussonhos”, na qual se proporciona ensejo de pôr à prova a citação de Albert Eisntein de que a “criatividade é a inteligência a divertir-se”.

Paralelamente, a rubrica “bicla” fala-nos acerca da arte de pedalar todo o selim de forma segura e responsável, enquanto o texto “Imagina lá tu se fosse verdade” nos transmite, à laia das atuais “fake news”, uma outra visão da História, provando que “afinal D. Afonso Henriques não bateu na mãe!”. Admira-se?! Ficou espantado?!
Leia só este bocadinho:
“Um grupo de arqueólogos de Guimarães, apoiados pela Universidade da Batata Frita, descobriu um documento ainda na caixa postal dos correios de Guimarães.
Segundo o porta voz do grupo, Indiana Jones, esta carta, datada de 1127, afirma que D. Afonso Henriques não bateu na mãe”.

Bem, para saber toda a verdade e tabu terá de comprar a revista, que estará nos quiosques e livrarias esta próxima semana e eventualmente, a breve prazo, nas bibliotecas municipais e escolares … Custa apenas 3,5 euros, mas vale a pena, pois “tu não compras uma revista, tu compras um sonho que ganhou forma …”

De facto perpassa ao longo da revista, para além das temáticas mais sérias e pedagógicas, um certo sentido lúdico, em linguagem acessível e uma linha de divertimento que decididamente corrobora o que se escreve na sua capa: “só pode ser lida por um adulto se devidamente acompanhado por uma criança”.

Entretanto, no decurso da apresentação formal da revista, usariam da palavra a sua diretora Ana Luísa Mota, o diretor-adjunto Paulo Manuel Jesus, bem como Fernando Capela Miguel, enquanto Presidente da Assembleia Geral da Associação Bairro Afonsino, que, além da edição bimestral da revista, informou ser pretensão da associação proporcionar aos seus associados oficinas e atividades complementares de cariz educativo.
Na circunstância, os oradores salientariam ainda informações sobre o processo de construção da revista, sua função e missão, enquanto Patrícia Ferreira, secretária da vice-presidente da edilidade, em representação da Câmara Municipal, realçaria a importância de uma revista deste tipo no âmbito concelhio e manifestaria, em nome das entidades municipais todo o seu apoio à iniciativa.

E agora, não incomodar! Estou a ler a revista …
Porque, como diria Fernando Pessoa, no seu poema “Liberdade”:
“Grande é a poesia, a bondade e as danças
 Mas o melhor do mundo são as crianças” …

Texto escrito por
Álvaro Nunes

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