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Projeto - todos contam - Educação Financeira
Por Teresinha Teixeira (Administrador do Jornal), em 2015/05/25768 leram | 0 comentários | 203 gostam
Trabalho realizado em articulação com as disciplinas de Geografia e Cidadania.
Olhar de um aluno do 8º Ano à crise financeira e à emigração portuguesa
Algumas noções que precisas de saber:
Mercado imobiliário - mercado onde se transacionam bens imóveis, como casas ou terrenos.
Produto Interno Bruto (PIB) - valor de todos os bens e serviços produzidos num país (ou região) durante determinado período de tempo. Normalmente calcula-se para um ano, um semestre ou um trimestre.
Emigrantes - Pessoas que saem de um país para fixar residência noutro país.
Remessas de emigrantes - quantidade de dinheiro que os emigrantes enviam para os seus países de origem.

1. O que foi a Crise Financeira de 2008?
A crise financeira mundial de 2008 teve início no mercado imobiliário dos Estados Unidos da América e foi impulsionada pela facilidade de acesso ao crédito bancário. Como havia muito dinheiro para emprestar a baixas taxas de juro, os consumidores compraram muito, principalmente imóveis, que começaram a valorizar. Quando a taxa de juro começou a subir, diminuiu a procura de imóveis e os preços caíram, perdendo por isso valor e rebentando a "bolha". A crise atingiu o ponto alto em setembro, com a falência do banco de investimentos Lehman Brothers.
No final do ano de 2008, a crise financeira afetou a economia: o PIB mundial baixou 0,6%, provocando a primeira recessão mundial desde a 2ª Grande Guerra.

2. Qual a influência da crise na emigração portuguesa?
Entre 2008 e 2010 a emigração diminuiu porque a crise financeira foi global e afetou também os países de destino. O impacto da crise no emprego em Espanha, que era então o principal destino da emigração portuguesa, traduziu-se num decréscimo da emigração portuguesa.
Depois de 2010, a emigração cresceu muito rapidamente. Pensa-se que em 2012 saíram de Portugal cerca de 95 mil portugueses. A emigração deveu-se à falta de emprego em Portugal e aos baixos salários.

3. Quais os novos países de destino dos emigrantes?
A partir de 2010, o aumento da emigração fez-se para novos países de destino: começou a fazer-se para o Reino Unido, retomou para a Alemanha e a Suíça e desceu para Espanha. Destaca-se também uma generalização da emigração para os países europeus economicamente mais fortes, como a Bélgica, a Holanda e países escandinavos. Fora da Europa é significativa a emigração para Angola e Moçambique.
Em resumo, a crise acentuou o carácter europeu da emigração portuguesa. O Reino Unido constitui hoje não só o principal destino da emigração, como o mais importante polo de atracão dos emigrantes portugueses qualificados.

4. Quais as características dos novos emigrantes?
• Verifica-se uma tendência para o aumento da população emigrante com menos de 29 anos de idade, enquanto que o ritmo de emigração da população mais velha tende a manter-se constante;
• Verifica-se uma parte significativa de emigração temporária, embora a taxa de crescimento da emigração permanente seja superior à da emigração temporária;
• Na emigração permanente, verifica-se uma quase igualdade entre os dois sexos, enquanto que a emigração temporária permanece essencialmente masculina;
• A emigração de trabalhadores qualificados tende a crescer mais do que a dos trabalhadores não qualificados.

5. Quais as consequências negativas da emigração?
Em termos demográficos, existe o risco de recessão populacional. No início deste século, a população portuguesa emigrada cresceu mais do que a população residente em Portugal. Portugal é hoje o segundo país da União Europeia com mais emigrantes em percentagem da população (20.8%). Pelo contrário, é um dos países com uma percentagem de imigrantes na população residente abaixo da média dos países da União Europeia.
Em termos sociais, a taxa de emigração dos trabalhadores qualificados é um indicador problemático da chamada "fuga de cérebros". Segunda aquela taxa, os diplomados do ensino superior nascidos em Portugal e residentes noutro país, representavam, em 2011, quase 11% do número total de diplomados do ensino superior residentes em Portugal.

6. Quais as vantagens da emigração?
Em resultado da emigração, a quantidade de remessas enviadas pelos emigrantes portugueses para o nosso País está a disparar. Em 2013, os emigrantes portugueses enviaram mais de três mil milhões de euros para Portugal. As remessas têm um peso muito importante para as famílias portuguesas, que passam a ter capital e poder de compra, recuperando algum nível de vida que perderam com a descida dos salários e o aumento das dificuldades económicas.

7. As remessas dos emigrantes são importantes para o país?
As remessas de emigrantes são importantes porque significam entrada de dinheiro para financiar a economia de um país, sem ter de pedir empréstimos. Apesar de continuar a ser um dos principais países de emigração, Portugal tem um grau de dependência económica da emigração relativamente baixo, isto é, o peso das remessas dos emigrantes no PIB é bastante inferior ao que se verificava há alguns anos.

Bibliografia:
Cotta, Allain (1989). Dicionário de economia. Circulo de Leitores.
Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas (2014). Relatório da emigração 2013. Retirado de www.secomunidades.pt/c/document_library/get_file?folderId=26...
Lobato, Cláudia ; Oliveira, Simone (2014). @ldeia Global. Porto, Areal Editores.
Novo Banco (2014). A Emigração Portuguesa. Depósitos e Remessas de Emigrantes. Retirado de http://www.novobanco.pt/site/cms.aspx?srv=207&stp=1&id=691152&fext=.pdf
Silvestre, Mª; Gomes, Mª Fátima; Moinhos, Mª Rosa (2001). Introdução à economia. Lisboa, Lisboa Editora.

Elaborado por: Luís Henrique F. dos Santos Pereira, nº 11, 8º D


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