PREGÃO DE SÃO NICOLAU DE 2015 | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/12/14 | 1006 leram | 0 comentários | 151 gostam |
PREGÃO DE SÃO NICOLAU DE 2015 5 de Dezembro de 2015 | |
Dedicado pela Academia e pelos autores ao Saudoso Nicolino Rui Miguel Dias de Castro Vieira, 1º vogal da Academia em 1993, Presidente da Academia em 1994 e em 1995, Pregoeiro em 1993 e em 1994. INÍCIO: Salvé Guimarães, Ó Terra Prometida; Escuta a voz deste emissário; Ó Musas, dai fala a esta mordida Para que este Pregão seja lendário; E Vós, dai descanso à pele (já) dorida, Escutai o que há de (mais) precário; Minha garganta causará tanto dano, Ouvir-se-á um som sobrehumano. Parai, ó guerras, fome, miséria; Termine já a discussão temerosa; Fará calor, até na Sibéria, Minha Voz é Arma Poderosa; Estremecerão os pilares da Ibéria Por ser esta festa tão grandiosa! Lembre-se o resto da humanidade Que nada escapa ao falar da Verdade. Quero silêncio sepulcral neste seio Como o do alto da Atouguia, Que de balelas ando eu cheio; Quero ouvir os Nicolinos d’outro dia: O sussurro, no ouvido, de anseio, De um dia poder voltar à folia; Intervém, Ó Santo! Quero posição junto do Roriz, do Rui, do Bráulio, do João. (E mesmo com esse tal “rapanço”) Continuas a mais bela das Montanhas; Ó Penha, lugar do meu descanso E de tantas “namoradelas” ganhas; Quando te vejo, ao longe, logo amanso: É o regresso às minhas entranhas; Desmoronada? Só quando o Pio cantar... Nem no fim dos tempos tal dia irá chegar. Possa este Canto apregoado fazer jus à Cidade, ser-lhe leal; Entre o Presente e o Passado, Entre o tido por Mito (ou por Real), É a Muralha tua que tem guardado o Verdadeiro Sangue de Portugal; A Alma e a Mente são do Mundo, mas meu corpo é deste Chão Fecundo! ***** Ó Menina dos olhos meus: que teia; Não me digas, há “homens-aranha”? Seres, em 2020, Capital Verde Europeia? De cobra? Não, é de sardão essa banha; O Ave, o trânsito, e, ouve, Ó Plateia: a EcoIberia...seria façanha... Não vejas isto como um ataque, mas...o patrocínio é da Robbialac? (Rio de Couros, serás cais de embarque da via (verde) para o “Avepark”) Ou será a “Barbot” a fazê-lo? Há tinta verde para todo o tom; Pinte-se tudo: do Toural a Lordelo, o resultado há-de ser muito bom; Depois, com sorte, figurará em sêlo; Para ser Capital tens especial Dom; Escuta estas palavras “profundas”: hás-de ser Capital das Rotundas. (Porque…) Já há outra, grande e agreste, na mítica “Volta do Pedroso”; Que ninguém diga que não se investe, dará azo a assunto “caloroso”. Tu, Ó Estudante, já lá estiveste? Aquele chão é (mesmo) “fabuloso”; As rotundas são pedido (pouco) secreto para PSP e GNR “roubarem” por decreto. Senhor Machado, traga a comida antes que eles a levem embora; Está difícil a nossa vida, querem-nos (a todos) daqui para fora; Digo-vos, com raiva incontida: Quero um novo “Tratado de Zamora”; São os mercados e é a “troika”, mais a classe política paranóica. E a “Rainha” Alemanha diz e toda a Europa vai atrás: “Ai, ela é senhora do seu nariz e...sabe muito bem aquilo que faz”; Tretas! Atiremo-la ao nosso Chafariz, estou farto de tão ignóbil capataz; E da Volkswagen o escândalo... Era Português (ou Grego) o vândalo? O coelho e o “irrevogável”, mais o pobre do cavaco, coitadinho, tratam os bancos de forma amável, o salgado, por exemplo, é um santinho; Achais este comportamento aceitável? Vale tudo só pelo dinheirinho? PAF! Parece que houve eleição... (Indiana Jones, o costa é teu irmão?) (Ó prisioneiro quarenta e quatro: Que tal, estás a gostar deste teatro?) Ai, Vitória, lá se foi para Lisboa o Rui, teu homónimo treinador, e tu, “impreparado”, ficaste à toa, arranjaram(-te), à pressa, um sucessor; Andou sem “direcção” tua proa, ao sabor dum vento “evangelizador”; Mal havia começado a “partida” e já a UEFA fôra à vida. Metia água (e dó) a frágil Nau, parecia o naufrágio iminente; “É, ó pá, não vais comer o bacalhau”, disse ao Armando o Presidente; Chegou o Conceição (que feitio mau!), nem todo o sócio ficou contente; E foi-se a Liga, e voou a Taça; Se a confiança já era escassa... ***** Olha “ele”, o Dois Mil, a Nova Gera; Que cara linda. A barba, onde mora? Será do telemóvel (logo que nascera)? Ou da falta de sol (de não andar cá fora)? Bem, não sei... mas que tristeza me gera: preferir o “Insta” à Natureza sedutora; Que importa se amanhã já é tarde? “É que eu sou do pessoal do hard.” Calças largas... para guardar o almoço, O teu pai não te “apresenta” o cinto? De Homem vejo só leve esboço, temo que venha a ser extinto; O que tens na cabeça, (além do “cap”) ó moço? É assim que te julgas distinto? Descobre, vai ler, muda de “atitude”; “Mentalidade” é (bem) mais que ser rude. E Vós, Ó Meninas, que da beleza o mais nobre bastião procurais ser: isso não vai lá com ligeireza, muito trabalho tereis de verter; Pose, elegância...e subtileza não se adquirem só pelo lazer; É o “swag” e o “kizomba”...da “SIC”, a foto à comida...e o “selfie stick”; E vossas citações muy lamechosas, um pouco por todo o “Facebook”, são fruto de leituras xaroposas impingidas por um qualquer “duque”; Por que raio andais (Vós) tão melosas? Fará isso parte de um qualquer truque? Quereis falhar? Não precisais de prometer; Há tanto mais (Oh, se há!) que podeis ler. Mas...é esta festa, por direito, Vossa, e sê-lo-á pelo tempo adiante; Cometeria asneira, e da grossa, se o negasse; Ó coisa ignorante; Chega! Moças, ouvi a Palavra Nossa: Apesar do que disse, estou confiante de que vosso futuro será risonho; Qual de Vós será minha Mulher de Sonho? ***** Alumiai agora sua alma: Ó Senhora, Mãe dos Estudantes, Faz com que nunca perca a calma Nas buscas por ti, tão constantes; Por teu rosto passaria minha palma, com carinho, nas horas (mais) fatigantes; És inspiração, força e anseio, Para o regresso do santo devaneio. Esteve Nosso Chafariz apinhado, Caótica fila, uma multidão; Que dia esse, O do mais Votado, Fez-se da regra tremenda confusão; “Equívoco Legal” com o eleitorado, Nas urnas mais violadas da Nação; Antes que, de ordem, a festa caduque, Para o ano candidato-me... via Facebook. Da Nossa Festa houve Convenção, e muito importante é reflectir: Saberão as escolas da Tradição? Saberão tamanho Património gerir? A resposta é, ao que parece, “Não”; Quererão a festa, de morte, ferir? Dizes-te Mãe, mas...assim, nem tia; Que honra houve naquela cadeira vazia? (Viva! A trégua foi declarada, Houve, finalmente, boa discussão; A separação, por momentos, estagnada; Foi positivo assistir à lição Na “muy nobre” Plataforma escutada; Ouvidos - sem a “Mãe” - em união, Falaram todos: do velho ao garoto, que não caia é tudo em saco roto.) (Senhor Vereador, nada o impede, cumpra a Promessa: dê-nos uma sede.) De Minerva sou bravo Cultor, Estudante, como outros, Nicolino; À Causa dedico o meu Amor, em verso o faço, Alexandrino; Não procuro fama nem louvor, basta-me poder escutar Nosso Hino; A Nicolau, e a outros antes de mim que convocaram o Vimarano Chinfrim! Está a Verde Árvore erguida e parte da Novena escutada; Foi a Posse ontem recolhida, ao Magusto dando mesa recheada; Hoje canto, com voz alta e sentida, por deste dia ser essa a jornada; Ó Festa que passa num arrepio: partes mas voltas, tal e qual um rio! Amanhã, Dia Santo para a Velhada! Meu São Nicolau, sou teu herdeiro, Novos: fitas alçadas na espada, (Vamos lutar o futrica “Nicoleiro”) Tão alto, quanto a Posse dada; Que se ouça por aí, no mundo inteiro: Festa há muita, por toda a parte, Mas como esta? Nem no mundo... nem em Marte! Meninas, Damas, Sonhos, Esperanças, Flores, Amigas, Amantes, Companheiras, Seguidoras de minhas eternas andanças: Fazei de nossos corações vossas bandeiras, desta existência só levarei lembranças De vós, Moças; Emoções verdadeiras. Flor, por ti luto, com punho de aço, Hoje não me poupo ao embaraço. Doces rostos de feminino traço, Delicadas, ao meu toque, bonecas: Que Vontade ardente por vosso regaço, Deixai para lá as discotecas, Qu’esta é festa vossa! Por vós a faço! (Ou ficarei pendurado pelas cuecas) No Baile, nas Maçãzinhas, na Vida: Jamais vos deixarei sem despedida. ***** Alerta, que perto está a meta, são as últimas palavras, coragem! Força, ao alto essa maçaneta, que aqui, hoje, se prestou homenagem ao orgulho pela nossa capa preta; O tempo recordará esta linhagem! Tocai todos juntos, em repique, O som potente (sem nenhum tique)! (Ah, por evocada a Negra Capa que aninhada jaz sobre a batina lembro: outro lugar não há no mapa só mesmo cá, na Sagrada Colina, o Traje se cola, como vera Lapa, ao estudantil corpo, em rotina; Honra à Farda, por ser, de Natureza, a da Velha Academia Portuguesa!) Ao Alto a Bandeira! – Vogal, tem mão na haste. Vamos tomar este Mundo de assalto contigo Afonso, na Pátria que forjaste; Somos a grande Nação que exalto, as pedras das ruas que cruzaste são o Tesouro que hoje esmalto; Guimarães, por ti, doa o que doer contigo: “Antes quebrar, que torcer”! A Nós Te tiraram, “Velhinho”, e é já tanta a Saudade, interrompeu-se o Teu Caminho, não creio, ainda, que seja Verdade; De tantos dos Nossos foste Padrinho, Um Catedrático da Amizade; Diz a Marte, Senhor da Guerra, que apenas o Corpo ganhou a terra; Porque Tua Alma vive em Nós, Invicta, em cada um, no Peito; Não há no mundo carrasco (ou algoz) capaz de privar-nos desse Direito; Ó Chinês, junta à minha a Tua Voz, concede-me o Final Perfeito: Guimarães, assinala o fim deste Pregão entregando às peles o Teu Coração. Ó Imenso Céu, Abre tuas Portas, Manda-me os Nicolinos do Passado; Quero-os aqui, Almas jamais mortas, Quero-os cá, rufando a meu lado! Pela Graça de São Nicolau dos Estudantes Os Autores: Manuel José Pinto Machado Paulo César Gonçalves | |
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