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GIL VICENTE VOLTA A VENCER
Por António Loureiro (Professor), em 2013/12/12644 leram | 0 comentários | 189 gostam
O nosso agrupamento conquistou uma vez mais o prémio do melhor carro alegórico do cortejo das Maçãzinhas, número integrado nas Festas Nicolinas, desta feita “ex aequo” com a Secundária Francisco de Holanda.
De facto, o júri constituído por José Nobre (Câmara Municipal), José Maria Magalhães (Velhos Nicolinos) e Manuel Figueiredo Abreu (Casa da Marcha Gualteriana), reconheceu mérito ao nosso carro, bem como à jovialidade manifestada pelos nosso rapazes, que divertidamente se integraram no espírito da festa, desfilando garbosamente em trajes de trabalho nicolinos e que romanticamente, de lança em riste, ofertaram as suas damas (quero dizer garinas, chavalas) o famigerado fruto proibido. Esta distinção, atribuída pela Câmara Municipal de Guimarães, foi anunciada na noite de 6 de Dezembro, aquando das Danças e dia de S. Nicolau, espectáculo “revisteiro” e número nicolino que ocorreu no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, com sala completamente lotada.
Deste modo, o agrupamento vai receber da edilidade o montante de 500 euros em material pedagógio, que premeia o trabalho de parceria levado a cabo entre a EB 2,3 Gil Vicente e o Centro para a Criação, Arte e Cultura, sediado na antiga escola da Vaca Negra, que este ano, pela primeira vez, colaborou activamente na concepção, execução e no apoio logístico do projecto. No fundo, uma iniciativa de positiva envolvência e articulação da comunidade educativa, que de forma lúdica e motivadora comungou vontades e interresses em prol de objectivos comuns.
Recorde-se, todavia, que este é apenas um dos vários troféus obtidos pelo agrupamento ao longo destes últimos anos no decurso da sua participação no evento e que globalmente e no seu cerne, não só visa manter viva e preservar esta secular tradição estudantil vimaranense, à qual Urgezes está intrinsecamente ligada (ler a este propósito o texto”Urgezes e as Nicolinas”), como também propiciar a assunção de um projecto pedagógico que pode, como já pôde, atingir perspectivas mais latas.
Este ano, o carro alegórico glosou como tema a homenagem ao insigne vimaranense João de Meira (1881-1913), uma vez que no presente ano perpassa o centenário da sua morte (ver texto em separado). Ora, optando por um design simples, mas vistoso e cromático, o carro alegórico explorou equilibradamente alguns ícones nicolinos, nomeadamente o tambor, que na sua pele curtida assumiria as feições e imagem do homenageado. Complementarmente, outros elementos simbólicos das festas, especificamente as maçãzinhas decoravam o carro alusivo, aludindo o próprio número nicolino que desfilava. Concomitantemente, uma estrofe do Pregão de 1905, escrito pelo próprio homenageado, fechava o carro alegórico, recordando o homem que além de médico, professor,investigador científico e histórico, foi também escritor e autor de três pregões nicolinos (1903, 1904 e 1905).
Aqui fica esse curto excerto de exortação e apelo, extraído do pregão de 1904, mantendo a grafia da época, que 108 anos depois se mantém actual:
“Rapazes! Nossa musica divina
Capaz de estremunhar até Morpheu!
A musica da festa Nicolina
Que a terra abala e desconjunta o Ceu
Mais força, se é possível, mais ferina
Que inda não é bastante este escarcéu
Façamos tal restolho, tal chimfrim
Que o inferno pareça aqui assim! …

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