FESTIVAIS GIL VICENTE | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/06/02 | 495 leram | 0 comentários | 158 gostam |
A 28ª. edição dos Festivais Gil Vicente, que decorrem em Guimarães entre 4 e 13 de Junho, em homenagem a mestre Gil, que supostamente aqui terá nascido há 550 anos, não apresenta em palco uma única peça da sua autoria | |
De facto, mais uma vez com Gil Vicente (GV) ausente de cena, vai decorrer entre 4 e 13 de Junho mais uma edição dos Festivais Gil Vicente (FGV), que desta feita se centrará no teatro contemporâneo. Efetivamente e embora GV continue a ser abordado nos currículos escolares (O Auto da Índia e O Auto da Barca do Inferno são as peças teatrais de opção no 9º. ano), as escolas vimaranenses só têm ensejo de conhecer suas representações fora de portas, situação que nos parece aberrante no ano em que mestre Gil faz 550 anos … Quanto à programação dos FGV, inicia-se esta quinta-feira, 4 de Junho, no pequeno auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), pelas 22 horas, com a peça “I don’t belong here”, de autoria de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos, um projeto artístico sobre a problemática da deportação, que parte das memórias e da experiência de repatriamento para os Açores de cidadãos portugueses expulsos dos EUA e Canadá. Por sua vez, na sexta-feira, dia 5, sobe a palco na Plataforma de Artes (22 horas) a peça “Orlando” cocriação de Victor Hugo Pontes e Sara Carinhas, com a força do reencontro com Virgínia Woolf, que nesta biografia fábula aborda a história de um ser que nasce homem e, a meio da sua vida, acorda mulher. “Círculo de Transformação em Espelho”, pelo Teatro Oficina, será a peça a exibir no dia 6, sábado (22 horas) no grande auditório do CCVF, que estreada no 31º. Festival de Teatro de Almada foi aclamado pela imprensa internacional, nomeadamente pelo Guardian. Nesta representação, cinco atores convidam o público a participar num exercício teatral que sem se aperceberem irão dar lugar a dramas reais de que são os protagonistas. A segunda semana dos FGV reinicia-se na quinta-feira (dia 11 de Junho) com a peça “Fausta”, no pequeno auditório do CCVF (22 horas). Trata-se de uma encenação a partir do romance “O Banquete” de Patrícia Portela, que sob a direção de Pedro Gil e Tonan Quito, autopsiam uma mulher que narra a sua vida depois de morta na voz de dois homens. Por sua vez, na sexta-feira, a peça “Oslo”, novamente na Plataforma de Artes, como sempre às 22 horas. Uma peça sobre “tudo” o que não retrata: a relação entre uma mãe de cuidados obsessivos e a sua filha, cujo estado é enigmático; e um projeto teatral de reescrita de “O que é teu entregou aos mortais”, texto com que Mickael de Oliveira venceu o prémio Nova Dramaturgia Maria Matos 2006. A encerrar os festivais “António e Cleópatra”, um texto original de Tiago Rodrigues, que inspirado na tragédia de William Shakespeare nos faculta um inventário de dicotomias centrado na dupla que dá nome à obra. A subir ao palco do pequeno auditório do CCVF, à hora do costume (22 horas). Em simultâneo, decorrerão ainda várias atividades paralelas como conversas sobre as peças, ensaios abertos, um masterclasse com Mickael de Oliveira, um debate sobre o teatro contemporâneo e está previsto um “meeting point” a ter lugar no Círculo de Arte e Recreio, local onde artistas e público se poderão juntar num espaço de partilha, debate e convívio. Funcionará ainda um Atividário Teatro, logo no dia de abertura, que pode ser uma ferramenta de aprendizagem e de divertimento, com várias propostas de atividades práticas a partir de temas centrados no abecedário. Contudo, este ano, os FGV estabelecem uma ligação estreita com o curso de Teatro da Universidade do Minho, através da integração do programa “Andando II”, uma mostra de trabalhos de Escolas de Arte cujo programa, iniciado a 30 de maio, se prolonga até 19 de Junho. | |
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