FESTAS GUALTERIANAS 2015 | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/07/21 | 717 leram | 0 comentários | 170 gostam |
As Gualterianas, festas da cidade de Guimarães em honra de S. Gualter realizam-se desde 1906, no primeiro fim de semana de Agosto. | |
As Gualterianas, festas da cidade de Guimarães em honra de S. Gualter realizam-se desde 1906, no primeiro fim de semana de Agosto. Recordemos um pouco as suas origens, divulgando simultaneamente o seu programa, a decorrer este ano entre 31 de julho e 3 de Agosto. Relatam os cronistas seráficos que S. Gualter teria vindo a Guimarães enviado por S. Francisco de Assis, por volta de 1216, quando os franciscanos calcorreavam os caminhos da evangelização. Ora, conta-se que aqui chegados terão fundado uma casa de oração, na encosta do Monte de Santa Catarina, “junto às águas de um regato”, desde então chamado de Fonte Santa, na freguesia de Urgezes. Posteriormente, cerca de 80 anos volvidos, com o alargamento desta comunidade religiosa, um outro convento teria sido construído junto à muralha do burgo, na zona da Porta Nova, que mais tarde o rei D. Dinis mandou demolir, por comprometer a segurança da vila. Assim, um terceiro convento seria construído no primeiro quartel do século XIV, que ainda existe no Convento de S. Francisco e conserva algumas das suas feições primitivas, apesar das várias reconstruções posteriores. Contudo, S. Gualter, que se crê teria falecido em 1259, ficará indelevelmente ligado a Guimarães pela devoção popular instigada e pelos milagres que lhe foram atribuídos. A esta veneração, que vem a culminar com a criação da Irmandade de São Gualter, em 1527, alia-se ainda a Feira de Agosto, criada por D. Afonso V em 1542, que pretensamente terá sido a primeira Feira Franca de S. Gualter. Ao longo dos tempos várias mudanças ocorrem nestas feiras francas, que quase levam à sua decadência. Porém, em 1906 a Associação Comercial de Guimarães toma em mãos a tarefa de as renovar e fazer delas as festas da cidade. Quanto ao programa deste ano, as festas abrem na sexta-feira (31 de julho) com um Desfile e concentração de vários Grupos de Bombos, cerca das 18 horas. Nesta noite, ocorre ainda um espetáculo de rua “Última Aduela” (22 horas), no Largo da Oliveira, pela Companhia Erva Daninha e à mesma hora, na Praça da Plataforma das Artes e Criatividade, um concerto de música reggae a cargo de Richie Campbell. Em paralelo e em alternativa, decorrerá no Largo do Toural, a partir das 21,30 horas, um Festival Internacional de Folclore, que além dos ranchos locais (Silvares e Pevidém) contará ainda com a participação dum grupo congénere duriense e dois outros provenientes da Bielorrússia e da Costa Rica. No sábado, primeiro dia de agosto, a animação de rua regressa pelas 9,30 horas, com o ribombar e o um despertar dos bombos. Logo de seguida (10 horas), realiza-se a tradicional Feira de Gado e Concurso Pecuário no Campo de S. Mamede e a fechar o programa matutino as Oficinas em Marcha (11 horas) no Largo da Oliveira, um conjunto de atividades dedicadas às famílias. Por sua vez, no decurso da tarde, atua no coreto do Jardim da Alameda o grupo Fator K (16 horas) e cerca de uma hora depois (17 horas) as ruas da cidade abrem-se à passagem da tradicional Batalha de Flores; ainda, durante a tarde, o espetáculo de rua volta novamente com a Companhia Erva Daninha, que apresentará Algures, no Largo da Oliveira (18 horas), espetáculo que se repetirá à noite (22 horas). Além disso, o programa noturno prolonga-se ainda com diversas propostas musicais: Cantares ao Desafio, no coreto do Jardim da Alameda; ou Arruada e Encontro de Tocadores de Concertina, no Largo Condessa de Juncal, ambos às 21,30 horas; ademais e a escolha é sua, com os concertos de Tiago Bettencourt na Praça da Plataforma das Artes e Criatividade ou Carlos Ribeiro, no Largo do Toural, ambos às 22 horas. Uma sessão de fogo-de-artifício, pelas 0, 30 horas, encerra o programa, já domingo dentro. A 2 de agosto (domingo) e terceiro dia da festa, realiza-se uma outra sessão das Oficinas de Marcha, no Largo da Oliveira (11 horas), enquanto à mesma hora decorrerá nas ruas da cidade um Desfile de Charretes Antigas. As cerimónias religiosas, por sua vez, têm lugar na Igreja de S. Francisco, às 12,30 horas, com as Festividades Litúrgicas em honra do patrono das festas, bem como com Majestosa Procissão de S. Gualter, que a partir das 17 horas percorrerá várias ruas da cidade. Entretanto, pelas 16 horas, atua o grupo Dilema no coreto do Jardim da Alameda e cerca das18,30 horas, no Largo da Oliveira, exibem-se os Irmãos Esferovite, que regressam à noite (22 horas). Todavia, nesta mesma noite realizam-se ainda mais dois momentos musicais alternativos: um Despique de Bandas, numa espécie derby concelhio entre Pevidém e Caldas das Taipas, às 21,30 horas no Largo do Toural; e/ou um concerto por Marco Génio, na Plataforma das Artes e Criatividade , a partir das 22 horas. Na segunda-feira é fim de festa e não é feriado. Por isso, o programa inicia-se vespertinamente e apenas às15 horas, com uma Corrida de Cavalos no Centro Equestre Loureiro, em Fermentões e prossegue à noite, com um concerto no coreto do Jardim da Alameda pelos Ensemble Harmonique de Rungis (21 horas). No encerramento com chave de ouro, a habitual e grandiosa Marcha Gualteriana, a joia da coroa das festas, que sairá para as ruas cerca das 23 horas. Recorde-se que esta Marche aux Flambeaux ou Marcha Milaneza, terá nascido de uma ideia de Gaspar Roriz , aquando da sua viagem à feira e exposição industrial de Milão. Acrescente-se que este ano constará do desfile da Marcha Gualteriana, que contará com oito carros alegóricos, um carro alusivo aos 550 anos de Gil Vicente, graças a uma parceria com a Junta de Freguesia de Urgezes, por se crer que aqui teria nascido o pai do teatro português. Paralelamente e integrado no programa das Festas Gualterianas, efetuam-se ainda duas exposições: “As Temporárias da Coleção de Fotografia da Muralha #2 A Celebração ”, patente no Guimarães Shopping até 27 de setembro; e, “70 Cavaquinhos/70 Artistas” presente no Palácio Vila Flor de 1 a 14 de agosto. BOAS FESTAS… Texto de Álvaro Nunes | |
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