CURTIR CIÊNCIA | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/12/14 | 525 leram | 0 comentários | 160 gostam |
Curtir Ciência, numa alusão direta à tradição dos curtumes, realiza-se dia 17 dezembro na fábrica de curtumes âncora, na zona de Couros | |
Curtir Ciência, numa alusão direta à tradição dos curtumes, é a denominação do Centro de Ciência Viva de Guimarães (CCVG) que no próximo dia 17 de dezembro, pelas 15 horas, tem a sua cerimónia de inauguração na histórica Fábrica de Curtumes Âncora, na zona de Couros. De facto e em resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães, Universidade do Minho e a Agência Nacional para a Cultura Científica – Ciência Viva, este novo espaço de divulgação da ciência abordará nos seus 18 módulos/experiências, divididos em 7 áreas do saber, conhecimentos que vão da Robótica à Eletrónica e Instrumentação, abrangendo ainda vertentes ligadas às Realidades Virtuais, Engenharia e Reciclagem, bem como aos domínios da Arqueologia e História. Do ponto de vista histórico, recorde-se que o CCVG irá instalar-se na antiga Fábrica de Curtumes Âncora, implantada na zona tampão do Centro Histórico, classificada pela UNESCO como património mundial da humanidade, num edifício que ainda conserva traços da arquitetura rural tradicional, quer na sua forma quer nas suas técnicas construtivas, sendo ele próprio também um legado dum passado mais recente, agora mais vocacionado para o presente e o futuro. Recorde-se também que no passado mais remoto, em 1269, terá sido constituída em Guimarães a Confraria de Sapateiros, que estará na origem da Irmandade de S. Crispim ou S. Crispiniano , em 1315, fundada pelo mestres sapateiros João Baião e Pero Baião, a quem se deverá o legado de uma poça de curtumes na Rua de Couros, com 7 pias de pedra, herança que certamente muito terá contribuído para curtir a ciência e a economia dessa época. Com efeito, os curtumes foram desde sempre uma importante atividade vimaranense, cujas marcas ainda hoje persistem em manifestações religiosas, como é o caso da organização da peregrinação anual à Penha, em setembro, que tiveram a sua origem na devoção dos profissionais dos curtumes. A talho de foice relembre-se também que à Irmandade de S. Crispim se deve, desde 1315, a tradicional ceia natalícia, que secularmente ocorre nesta quadra festiva, no Albergue de S. Crispim, todos os anos, na véspera de Natal, pelas 19 horas. Álvaro Nunes | |
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