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BAIRRO AFONSINO ESTÁ DE VOLTA
Por Carla Manuela Mendes (Professora), em 2019/06/11645 leram | 0 comentários | 170 gostam
Mais uma vez, a revista bimestral e infanto-juvenil Bairro Afonsino saltou do prelo para as bancas, com o seu número nove, referente aos meses de maio/junho.
Nessa edição, os destaques vão sobretudo para duas efemérides, ambas cinquentenárias: a viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães e a morte do grande Leonardo Da Vinci. Porém, neste grande barco de invenções e descobertas, que a capa da revista evoca, embarcam ainda a bordo o médico e cientista Abel Salazar, considerado o Da Vinci vimaranense e a propósito da descida na superfície lunar, há 50 nos, faz-se uma alunagem ao tema, no Mar da Tranquilidade e no artigo “Da Lua às Molucas”, pois, de facto, “Magalhães também chegaria e desceria na Lua, instalando-se nas crateras com o seu nome”.
Ainda, nas páginas de Bairro Afonsino, uma homenagem à escritora infanto-juvenil Mar ia Alberta Menéres, neste ano de seu falecimento; e também alguns aniversários entre os quais o herói da Banda Desenhada Astérix.
Deste modo, a revista dá-nos conta, em primeira mão, do programa comemorativo dos 60 anos de Astérix, que ao que consta, já com um pé na reforma, vai ter uma festa de arromba:

“Com efeito, o chefe guerreiro Vercingetorix programou um aniversário à altura do evento e do pequeno velho guerreiro, que contará com a presença prevista de Obelix, Panoramix, Cacoforix e outras famílias “ix” gaulesas. Falta apenas confirmar a presença de Júlio César, o ditador romano e inimigo figadal dos gauleses e algumas famílias “us” (assim eram batizados os romanos) que, nestes tempos de paz, sob a bandeira da União Europeia, fazem questão em enterrar o machado de guerra “ (…)
Igualmente “o velho druida Panoramix, criador da secreta e miraculosa poção mágica que dá força aos gauleses, já confirmou que estaria presente nos folguedos e que aproveitaria a ocasião para apresentar uma versão melhorada (tipo XTPO)do seu elixir mágico, conseguido após vários anos de investigação e estudo em universidades europeias, ao abrigo do programa Erasmus” (…)

De igual modo, Bairro Afonsino recorda também o Dia Mundial da Criança que este ano coincide com os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos da Criança e os 30 anos da assinatura da Convenção dos Direitos da Criança e alude também os 20 anos da publicação em Portugal do primeiro livro da saga Harry Potter, com um “quizz” de 20 questões alusivas. E, à colação, em especial da personagem Valdemort, que necessita do sangue do unicórnio para se manter vivo, acrescenta-se um artigo sobre “Animais fantásticos”, que nos leva a conhecê-los melhor, em particular a fénix e o centauro.
Aliás, em matéria de divertimento e na perspetiva lúdica, surgem também, como é costumeiro, as rubricas habituais Gargalhotas, a Receita do Bairro com um saboroso salame de chocolate e ainda as Cenas Fixes de Matemática, com várias curiosidades, piadas e desafios; e, claro, não podia faltar a useira folha em branco para desenhar, riscar ou escrever, que só não vale ignorar.
Por sua vez, a máquina do tempo da rubrica Aku na Uba faz voar Luísa, Miguel e João até ao passado, numa incursão até ao ano de 1127 (ou será 1179) “em busca das Moedas Perdidas de Portugal”, enquanto o Bobo Bibinhas nos conduz a 24 de junho de 1128, DIA UM DE PORTUGAL:


Nesta terra vimaranense
Após a Batalha de S. Mamede
Nasceu o Condado Portucalense
Que em Guimarães teve sede.

DIA UM DE PORTUGAL
24 de Junho, de heroicidade,
Em 1128 embalou sem igual
O berço da nacionalidade.

A Primeira Tarde Portuguesa~
Por Acácio Lino pintada
Em mural de força e beleza
No Parlamento é recordada

Contra a mãe e o conde galego
Fernão Peres de Trava chamado
D. Afonso Henriques com apego
Venceu a luta pelo seu Condado.

Luta em armas no Campo da Ataca
Selada em Ourique e Zamora
E que a Manifestis Probatum destaca
Como uma nova nação que vigora.

Ademais, em matéria de memórias antigas, a rubrica “Expressões com História” leva-nos também aos anos de 1807/1809,para e a propósito do dito “vai tudo para o maneta”, nos historiar as invasões napoleónicas, as suas sevícias e a resistência portuguesa, em especial do povo do norte e da Coluna de Guimarães em particular:

“De facto, em Guimarães, formar-se-iam várias unidades militares e organizou-se a resistência aos franceses. E como a vila era um importante centro industrial ligado às cutelarias, rapidamente no terreiro das Dominicas seriam montadas forjas e bigornas e vários ferreiros, cutileiros e espingardeiros, forjariam milhares de baionetas, alabardas, piques e concertariam as espingardas”.

Resistência que, por vezes, quando as coisas corriam mal, levava os resistentes a “ir parar ao a Feira Afonsina maneta”, ou seja às mãos (ou única mão) do torcionário e general francês Louis Henri Loison maneta de facto e odiado como as cobras, como o comprovam estes versos da época:

“Entre os títeres generais
Entrou um génio altivo
Que era o Diabo vivo
Ou tinha os mesmos sinais.

Aos alheios cabedais
Lançava como uma seta.
Namorava branca ou preta,
toda a idade lhe convinha.
Consigo três “enes” tinha:
Manhoso, Mau e Maneta”.

A informação complementa ainda a edição com uma resenha de vários espetáculo e eventos a decorrer em Guimarães nos meses de junho e julho e ainda algumas ocorrências dignas de nota, que na rubrica Boas Notícias são facultadas, em especial sobre prémios da criatividade vimaranense e a Feira Afonsina que entre 21 e 26 de Junho sai para a rua, nos nossos bairros …

Boas férias …


Texto
de
Álvaro Nunes

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