Avaliação Externa do Agrupamento Gil Vicente | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/05/18 | 460 leram | 0 comentários | 161 gostam |
O segundo ciclo da Avaliação Externa das Escolas (AEE), iniciado em 2011/2012, atribuiu ao Agrupamento de Escolas Gil Vicente (AEGV) as menções de Muito Bom nos três domínios avaliados | |
O segundo ciclo da Avaliação Externa das Escolas (AEE), iniciado em 2011/2012, atribuiu ao Agrupamento de Escolas Gil Vicente (AEGV) as menções de Muito Bom nos três domínios avaliados, que no contexto concelhio coloca o agrupamento escolar entre as escolas mais bem classificadas de Guimarães. De facto, após um primeiro ciclo avaliativo, ocorrido entre 2006/2011 no qual o AEGV obteve cinco menções de nível Bom (na altura eram avaliados cinco domínios avaliativos), o agrupamento escolar conseguiu este ano uma apreciação mais elevada nos três domínios em análise: resultados, prestação dos serviços educativos e liderança e gestão. Deste modo, ajunta-se aos agrupamentos Abel Salazar, Virgínia de Moura, e secundárias Martins Sarmento e Taipas, entre as escolas de topo, se bem que a nível concelhio nenhuma tenha obtido a menção de excelente. Esta melhoria, se bem que as comparações de ambos os ciclos avaliativos sejam difíceis de equacionar uma vez que mudaram os critérios e o contexto escolar (apenas em pouco se terá alterado o quadro docente), representa no entanto um salto qualitativo a que não será alheio, no plano intrínseco, os dois planos de melhoria aprovados, respetivamente em finais do ano letivo de 2011/2012, em consequência das recomendações da Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC), aquando do no primeiro ciclo avaliativo, ocorrido entre 16 e 18 de março de 2011, bem como num outro iniciado em 2013/2014, que reformula o plano inicial e que se irá fundamentalmente centrar na promoção do sucesso educativo, no trabalho cooperativo entre alunos, na capacidade de autorregulação e na articulação e sequencialidade das aprendizagens, uma vez que “algumas áreas de melhoria tinham sido devidamente implementadas nos dois últimos anos anteriores, nomeadamente a articulação curricular vertical”. Outros fatores extrínsecos contribuíram também para esta otimização. Assim, para além da redução de cinco para três domínios avaliativos, outros critérios avaliativos foram introduzidos como a aplicação prática de questionários de satisfação à comunidade e mais especificamente a utilização do valor esperado na análise dos resultados das escolas, aspetos que favoreceram as melhorias. Com efeito, ao ter-se em consideração os dados de contexto em correlação com os resultados escolares dos alunos, definindo-se um “perfil de escola”, que no modelo avaliativo anterior não era contemplado, ou seja, ao tomarem-se em linha de conta procedimentos de avaliação como o apoio social escolar prestado aos alunos e as habilitações e profissões dos pais, estas variáveis permitiram ao avaliador posicionar melhor a escola no contexto nacional, beneficiando os agrupamentos mais problemáticos do ponto de vista socioeconómico, como é o caso do AEGV. Por outro lado, a introdução de um novo nível na escala de classificação, pois desta feita é acrescentado o nível de excelente, contribuiu também para esta ascensão avaliativa. Contudo e sem sombra de dúvidas, a menção de Muito Bom indica acima de tudo que “ a ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos nos respetivos percursos escolares” e concomitantemente, que os seus “pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes” (ler relatório da IGEC inserido na página eletrónica do Agrupamento). Deste modo, o agrupamento situa-se entre as denominadas escolas de qualidade, que de acordo com o Conselho Nacional da Educação (CNE) são as que aplicam os princípios de centralidade no aluno, adequam os percursos oferecidos, facultam a ligação empenhada à comunidade local e a boa gestão de recursos. Além disso, insere-se no âmbito das escolas que promovem a equidade do acesso e do sucesso, a qualidade de aprendizagens, a diferenciação, a inclusão, a participação e o respeito mútuo. E obviamente, que desenvolvem práticas institucionalizadas de reflexão, inovação e autorregulação. Porém, não obstante este importante combate vencido, esta conquista não significa descansar sobre os louros auferidos e a mera fruição do momento. Como sempre há ainda pontos fracos e áreas de melhoria a encetar e a trabalhar desde já, de forma a ir-se de encontro às variáveis que as organizações internacionais indicam com mais impacto nas aprendizagens dos alunos e que são, a saber: - a qualidade dos professores e as práticas de sala de aula; - as lideranças que se preocupam com os princípios de igualdade e inclusão, que promovam a interculturalidade, cidadania e valorização moral e ética; - a gestão transparente e justa na execução das suas decisões; - a articulação com as medidas de política educativa a nível autárquico, buscando a participação qualificada das famílias e outros agentes externos; - a prossecução de medidas que têm como finalidades principais as melhorias das aprendizagens e a prevenção do abandono , como as que definem metas de desenvolvimento e usam informação estatística para monitorizar o progresso e adequar a ação. Neste sentido, o próximo combate deve pois, na perspetiva da IGEC, incidir prioritariamente na melhoria dos seguintes: - a implementação de uma estratégia partilhada de reforço das ações destinadas a melhorar o comportamento dos alunos em sala de aula; - a criação de mecanismos de acompanhamento dos percursos educativos dos alunos, após a conclusão dos estudos no Agrupamento, com vista à melhoria da qualidade dos serviços educativos prestados; - o aprofundamento das práticas de articulação horizontal e vertical de conteúdos curriculares enquanto área promotora da sequencialidade das aprendizagens e do desempenho dos alunos nas disciplinas e áreas do conhecimento com menor sucesso; - o alargamento, a todos os grupos de recrutamento de mecanismos sistemáticos de supervisão da prática letiva em sala de atividades/aula, enquanto estratégia formativa para a qualidade do ensino; - o esforço das dinâmicas de formação, para docentes e não docentes, considerando os recursos humanos internos, no sentido da promoção dos desempenhos profissionais; - a consolidação do processo de autoavaliação ao nível do envolvimento dos representantes da comunidade educativa, no sentido de assegurar a elaboração e execução de consistentes planos de melhoria e o desenvolvimento sustentado do Agrupamento. Mas enquanto esta nova luta pela melhoria não começa, parabéns à comunidade educativa do AEGV … Texto escrito por, Álvaro Nunes -Professora Aposentado | |
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