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ALERTA VERMELHO
Por Conceição Páscoa (Professora), em 2020/06/03618 leram | 0 comentários | 186 gostam
“Há 515 espécies de vertebrados com menos de mil indivíduos”, titulava o jornal “Público” de 2 de Junho, na sua página “Ciência”.
O artigo baseava-se num estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), que revelaria estarmos perante a sexta extinção enfrentada pelo mundo.

Efetivamente, especificando que são as atividades humanas que estão a acelerar o risco de extinção de vertebrados terrestres, entre os quais o rinoceronte-de-sumatra, a rã-arlequim e a tartaruga-das-galápagos, os cientistas alertam que o homem está perigosamente a acelerar este risco de extinção. Alerta vermelho que se estende ainda a cerca de mil espécies de vertebrados que terão atualmente menos de 5 mil indivíduos.
De facto, segundo a citada revista, cerca de 250 espécies têm menos de 250 indivíduos e no decurso do século XX, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford as, estimativas apontam para a extinção de 543 espécies, entre as quais o tigre-da- tasmânia, o pica-pau-bico-de marfim e a jibóia-da ilha-round, a que se ajunta o nefasto “holocausto de anfíbios”, em particular centenas de espécies de rãs e sapos.
No mesmo sentido, o relatório “Living Planet” alerta que aproximadamente 70% de todos os indivíduos de espécies de vertebrados desapareceram nos últimos 50 anos, bem como para as enormes perdas de insetos e outros invertebrados. Com efeito, estima-se que “cerca de 75% de todos os insetos voadores em parques nacionais na Alemanha desaparecerem em 25 anos”.

Deste modo, realçando que a extinção gera extinção, vários cientistas advogam que estará presente uma vingança da vida selvagem, que Paul Ehrlich explicita: “quando a humanidade extermina populações e espécies de outras criaturas, está a derrubar o pilar que a sustenta, destruindo partes do nosso próprio sistema de suporte à vida”
Efetivamente, devido às pressões humanas que vão desde a invasão de territórios até à destruição de habitats, bem como ao comércio de animais selvagens, poluição e mudanças climáticas, a extinção gera extinção, uma vez que “eliminar uma espécie de um ecossistema pode ter efeitos devastadores em muitas outras espécies, provocando um efeito de dominó que pode levar a humanidade para problemas graves de escassez de água potável e doenças naturais”. Situação de tal forma gravosa, que, um vídeo do citado Paul Ehrlich aponta, recorrendo ao exemplo da Covid-19 como ilustrativo do que pode ser visto como “a vingança da vida selvagem”
Assim, entre várias outras medidas, os cientistas propõem desde já “um acordo global para proibir o comércio de espécies selvagens”, meios de atuação que Gerardo Ceballos enfatiza serem urgentes, porquanto “estamos perante a nossa última a oportunidade de garantir que os muitos serviços que a natureza nos fornece não serão sabotados irremediavelmente”

Mas, certamente. vai ser difícil explicar isto a muitas pessoas e alguns políticos...

Texto de Álvaro Nunes

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