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A Menina do Mar
Por Teresinha Teixeira (Administrador do Jornal), em 2012/12/122438 leram | 0 comentários | 256 gostam
Trabalho de articulação entre a professora titular de turma e o
professor bibliotecário
A Menina do Mar
[Adaptação da turma do 4.º ano da Escola E.B. 1/J.I. da Quinta do Vale]


(Numa casa branca com sete janelas, uma varanda verde, uma porta e um jardim vivia um rapaz. Todos os dias ele brincava na praia à frente da sua casa.)
Rapaz(espreguiçando-se) – Que bela manhã para ir brincar para as rochas! (Sai de casa em direção à praia.) Vou brincar para a água e dar uns belos mergulhos. Ui…está fria! (O rapaz vai andando pela praia, saltando, brincando, apanhando pequenas conchas, pedras, ouriços. De vez em quando, para para mergulhar.) Olha um peixe! Quem me dera ser como ele para poder ir até ao fundo do mar. Tenho tanta curiosidade! (Brinca mais um pouco.) Já começa a anoitecer. O melhor é ir para casa! (O rapaz dirige-se para sua casa. Vai dormir. Nesse noite forma-se uma grande tempestade: ventos muito fortes, o mar muito agitado, relâmpagos assustadores!!!)
Rapaz – Mas que tempestade terrível. De onde terá vindo? Não consigo dormir! (Finalmente, acaba por adormecer!)
           (Amanhece. O rapaz acorda estremunhado. Esfrega os olhos, boceja e espreguiça-se.)
Rapaz –Será que foi um sonho? Vou para a praia correr e fazer castelos de areia (pega num balde e numa pá. Dirige-se à praia e começa a fazer castelos)!
(O rapaz está distraído a fazer os seus castelos, quando ouve ao longe umas vozes muito estranhas. Decide colocar-se atrás de umas rochas. Entram em cena o polvo, o caranguejo, o peixe e a menina. Vêm muito divertidos a contar piadas.)
Polvo – E depois Caranguejo, o que é que aconteceu?
Caranguejo – Caiu ao buraco!!! Eh, eh!!
Polvo –Oh! Oh! Oh!
Caranguejo – Que! Que! Que!
Peixe –Glu! Glu! Glu!
Menina –Ah! Ah! Ah! Sois tão divertidos!
(O rapaz continua escondido atrás dos rochedos, muito admirado com o que está a ver.)
Menina – Agora quero dançar!! (Começa a ouvir-se música, a menina começa a dançar e os amigos começam a tocar.)
Rapaz(muito espantado) – Olha, o peixe bate palmas, o caranguejo toca castanholas, o polvo toca guitarra com os seus tentáculos, cantando em simultâneo, enquanto a menina dança. Que curioso!
(A menina do mar pôs-se a bailar em cima de uma rocha.)
Caranguejo - Cuidado, vem aí maré alta!
Peixe – Temos de regressar à gruta.
Polvo - Vamos lá, rápido!
(Põem-se a caminho para a gruta. O rapaz persegue-os, mas quando chega à gruta não consegue entrar, porque a entrada era muito estreita.)
Rapaz – Não consigo passar, é demasiado estreita para eu caber. Que pena! Queria tanto falar com aquela linda menina. Quem será ela? Amanhã regressarei e tentarei descobrir quem é! (Vai embora desapontado.)
(No dia seguinte, e de volta à praia, o Rapaz espera, espreitando entre as rochas, no sítio do dia anterior. Então, surgem os quatro amigos, vindos da gruta. O rapaz quer tanto conhecer a Menina que não resiste e decide pegar nela à força e fugir com ela.)
Rapaz – Anda cá!
Menina – Polvo, peixe, caranguejo, acudam-me! Ajudem-me!
Rapaz – Não te assustes, acalma-te. Eu não te vou fazer mal. Eu só quero conhecer a tua história!
Menina – Eu sei que vais fazer-me mal.
Rapaz – Não vou nada! Prometo! Vamo-nos sentar naquela rocha e tu vais-me contar tudo: quem és, de onde vens… Quero saber tudo sobre ti!
Menina – Está bem. Eu sou a Menina do Mar. Uma gaivota, um dia, deixou-me aqui e pediu ao Polvo, ao Caranguejo e ao Peixe para cuidarem de mim. Desde esse dia, vivemos os quatro numa gruta: o Polvo é quem limpa a casa e põe a mesa; o Caranguejo é o cozinheiro, o costureiro e o ourives.
Rapaz – E o Peixe?
Menina – O Peixe é o meu melhor amigo. Só brinca e nunca me põe de castigo!Além disso, eu sou a bailarina da Grande Raia!
Rapaz - E tu gostas de dançar para ela?
Menina – Eu gosto muito de dançar, mas não gosto nada da Raia e tenho muito medo dela. Ela detesta os homens e os peixes e só não me comeu, porque eu sou muito pequena. Quando ela dá uma festa, convida os tubarões e as baleias e eu danço para eles até de madrugada e quando está triste, sou eu que a animo. Bom, agora que já te contei a minha história leva-me para o lado dos meus amigos.
 (O menino pegou cuidadosamente na Menina do Mar e levou-a para o sitio de onde a trouxe. Os seus amigos estavam muito tristes.)
Polvo – Ai, estou tão triste!
Caranguejo – Se calhar aquele malvado já a fritou!
Menina do mar – Estou aqui meus amigos. Estou aqui.
(Os seus amigos quando a viram foram a correr e começaram a bater no Menino.)
Menina do Mar – Parem! Ele não me vai fritar. Ele é meu amigo!
Polvo – Ai é?
Menina do Mar – Tenho uma grande curiosidade em conhecer as coisas da terra. Amanhã podias trazer-me uma prenda!
Rapaz – Está bem. Até amanhã. Apareçam aqui à mesma hora.
Menina, Polvo, Caranguejo, Peixe – Olá rapaz!
Rapaz – Olá, bom dia! (ajoelha-se em à frente menina.) Trago-te uma coisa da terra. Chama-se rosa.
Menina do Mar – Que linda, que linda! (bate palmas à volta da rosa)
Rapaz – Respira o seu cheiro, é muito bom.
(A Menina do Mar põe a sua cabeça dentro da rosa e inspira o seu odor.)
Menina do Mar – Cheira tão bem. Que bom! Mas agora estou um pouco triste. As coisas da terra são esquisitas, pois há tristeza dentro das coisas bonitas.
Rapaz – Esquece a rosa e vamos brincar.
(No dia seguinte, o rapaz traz uma caixa de fósforos. Acende um e a menina quer logo tocar-lhe.)
Rapaz – Cuidado! Isso é impossível!
Menina do Mar – É um sol pequenino. Sabes, eu adorava ver tudo o que há na Terra!
Rapaz – Então anda! Eu levo-te a ver as coisas da Terra!
Menina do Mar – Não posso. Fora de água fico seca, o mar é a minha terra.
Rapaz – Oh! Que pena não te poder levar comigo!
Menina do Mar – Eu também tenho muita pena de não te levar ao fundo do mar para poderes ver as florestas feitas de algas, grutas de corais e os jardins de anémonas!
Rapaz – Já está a ficar tarde! Tenho de me ir embora. Até amanhã.
Menina do Mar – Até amanhã.
(Na manhã seguinte, o rapaz acorda cedo e vai ter ao mesmo sítio.)
Rapaz – Hoje trago-te uma coisa saborosa e muito apetitosa.
Menina do Mar – O que é? O que é?
Rapaz – É vinho. Se quiseres ver como é o seu sabor, prova-o!
Menina do Mar – É encarnado e muito perfumado, conta-me tudo sobre vinho.
Rapaz – Na terra há uma planta chamada videira. No tempo chuvoso parece morta e seca, mas quando o sol brilha, sai um fruto chamada uva que se transforma em vinho.
Menina do Mar – (depois de provar o vinho) É saboroso. Agora já sei o que é a terra!
Rapaz – Acabei de ter uma excelente ideia. Amanhã trago um balde que vou encher com água do mar. Assim não podes secar e podes ver tudo que há lá fora.
Menina do Mar – Sim. Amanhã estarei à tua espera.
(No dia seguinte, o rapaz vai ter com a Menina do Mar.)
Rapaz – Anda, vem. Já tenho o balde!
Menina do Mar – Não posso.
Rapaz – Mas porquê?
Menina do Mar – Os búzios ouviram tudo e foram contar à grande Raia. E tu sabes que é ela quem comanda o mar. Ela ordenou aos polvos para não me deixarem sair daqui.
Rapaz – Anda, a Raia não está aqui para ver!
Menina do Mar – Mas e os polvos? Eles não me deixarão sair daqui.
Rapaz – Vamos tentar fugir, eu tenho duas pernas, por isso consigo andar mais rápido. (Pega na Menina, põe-na dentro do balde e foge)
Menina do Mar – Larga-me… Larga-me…Eles vão-te matar!
Rapaz – Não te largo!
(Os polvos apertam o rapaz e ele larga a Menina do Mar. Um polvo enrola um dos seus tentáculos à volta do seu pescoço e ele desmaia. No dia seguinte, acorda com a água a bater-lhe na cara. Levanta-se com o corpo todo dorido. Passam vários dias. O rapaz está muito triste, pois deixou de ter notícias da sua menina, no entanto continua a ir todos os dias à praia. Um dia vê uma gaivota que se dirige a ele.)
Gaivota – Bom dia, bom dia!
Rapaz – Bom dia, bom dia!
(A gaivota traz um frasco no bico e dá-o ao rapaz.)
Rapaz – Donde é que vens e porque é que me dás este frasco?
Gaivota – Venho da parte da Menina do Mar. Ela mandou-me dizer-te que já sabe o que é a saudade e pediu-me para te perguntar se queres ir ter com ela ao fundo do mar.
Rapaz – Quero, quero. Mas como é que eu hei de ir ao fundo do mar sem me afogar?
Gaivota – O frasco que te dei tem dentro suco de anémonas e de plantas mágicas. Se o beberes agora, passarás a ser como a Menina do Mar.
Rapaz – A sério? Então, vou bebê-lo já!
Gaivota – Ali, no mar, está um golfinho à tua espera para te ensinar o caminho.
Rapaz – Adeus, adeus gaivota. Obrigado por tudo!
(O rapaz entra dentro de água e nada até ao golfinho.)
Golfinho – Agarra-te à minha cauda!
(O rapaz e o golfinho nadam pelo oceano, passam por baleias e icebergues e, finalmente, chegam ao seu destino.)
Golfinho– É aqui. Entra na gruta e encontrarás a Menina do Mar.
Rapaz – Adeus, adeus golfinho. Obrigado pela tua ajuda.
(A gruta é toda de coral e o seu chão está coberto de areia branca e fina. Em frente há um jardim de anémonas azuis. O rapaz entra na gruta.)
Rapaz – Olá. Estou aqui! Cheguei! Sou eu!
(Todos se voltam para ele. Há um momento de grande confusão: o polvo faz o pino, o caranguejo dá cambalhotas e o peixe saltos mortais.)
Menina do Mar – Estou tão feliz, tão feliz, tão feliz! Pensei que nunca te ia ver. Sem ti o mar, apesar de todas as anémonas, parecia triste e vazio. E eu não sabia o que fazer. Um dia, o Rei do Mar deu uma grande festa, convidou muitos peixes importantes e mandou-me ir ao palácio dançar. Os búzios começaram a cantar, mas eu, como estava triste, dancei muito mal. Então o Rei perguntou-me o que se passava comigo e eu disse-lhe que estava com saudades e contei-lhe a nossa história. O Rei disse-me para regressar ao palácio no dia seguinte. Lá ele mostrou-me um frasco com um filtro de anémonas que deu a uma gaivota. O resto, imagino que já saibas!
Rapaz – Agora nunca nos separemos.
Polvo – Agora vais ser forte como um polvo.
Caranguejo – Agora vais ser sábio como um caranguejo.
Peixe – Agora vais ser feliz como um peixe!
Menina do Mar – Agora a tua terra é o mar.
FIM


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