125 ANOS DE AGATHA CHRISTIE | |
Por António Loureiro (Professor), em 2015/06/15 | 521 leram | 0 comentários | 151 gostam |
Agatha Christie é uma das escritoras mais marcantes do romance policial. Reler alguns dos seus livros e recordar os enigmas revelados por seus protagonistas Hercule Poirot e/ou Miss Marple seria uma justa homenagem. | |
Agtha Mary Clarissa Miller (1890-1976), conhecida como a “Rainha/Dama do Crime”, nasceu na cidade inglesa de Torquay já lá vão 125 anos. Filha de um abastado americano que viajava com frequência, menina e moça foi educada a ouvir histórias de Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe e Gaston Leroux e desde muito cedo incentivada por sua mãe a dedicar-se à escrita. Todavia, só após o seu casamento com o coronel e piloto Archibald Christie, de quem se separaria em 1929 e do qual receberia o apelido, iniciou sua atividade literária. Data de 1920, após os anos da Primeira Guerra Mundial, na altura em que trabalhava no dispensário de medicamentos de um hospital, a sua primeira obra, intitulada “O Misterioso Caso de Styles”, no qual surge pela primeira vez o detetive belga Hercule Poirot, um dos seus principais protagonistas. A partir daí jamais parou de escrever, realçando-se entre outros títulos “O Assassinato de Roger Ackroyd” (1926), livro que não só lhe granjeou grande popularidade mas também causou grande polémica, pois nele Agatha contrariou as regras do romance policial. Porém, é após uma visita ao Médio Oriente e escavações de Ur, onde conhece Max Mallowan, com quem casa em 1930 e passa a viajar mundo fora, que se inspira e cria algumas das suas obras mais destacadas como “Morte no Nilo” ( 1937 ) ou o “Assassinato no Expresso do Oriente”(1934) um dos seus mais famosos livros, adaptados a teatro, televisão e cinema, com o qual atinge o auge da sua carreira. Assim, com mais de dois mil milhões de livros vendidos, traduzidos em 103 idiomas e mais de 80 livros publicados, alguns dos quais sob a pseudónimo Mary Westmacott, a autora faz atualmente parte do Guiness Book of World Records, ombreando e partihando com a Bíblia, William Shakespeare e “O Principezinho” de Antoine Saint-Exupéry o recorde dos mais vendidos e provavelmente mais lidos. Paralelamente suas obras foram adaptadas a séries televisivas. De facto, Hercule Poirot, o meticuloso, extravagante e vaidoso detetive belga conhecido pelo seu longo bigode, pela sua argúcia, excentricidade de métodos e capacidade de resolver os casos mais difíceis graças às suas “células cinzentas”, ou Miss Marple, a velha senhora solteirona, que tricota e cuida do jardim, mas que astutamente como detetive amadora conhece profundamente a natureza humana , são personagens inesquecíveis, às quais se junta, com menor expressão, o casal Tommy e Tuppence Beresford. Condecorada pela rainha Elizabeth II, com o título de Dama do Império Britânico (1971), Agatha Christie notabilizou-se fundamentalmente no romance policial. No entanto, sua produção literária estendeu-se ao conto e à poesia, destacando-se ainda a sua dramaturgia, em especial as peças “Testemunha de Acusação” (1948) e “A Ratoeira” (1952), a obra há mais tempo em cartaz na história do teatro. Na altura em que passam 125 anos do seu nascimento o jornal Público edita a partir de 13 de Junho, aos sábados, 8 volumes da sua vasta obra (ao preço de 5,90 euros cada), recuperando alguns dos mistérios mais famosos, desvendados por si e/ou por estes destes protagonistas. Ora, aí está uma forma de fruir Agatha Christie e o romance policial, agora que as férias de verão se aproximam, convidando ao prazer da leitura. | |
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